De acordo com dados oficiais, a prevalência do HIV entre as gestantes brasileiras é de 0,4%. Em 2010, a taxa de casos de aids em crianças de até 5 anos de idade para cada grupo de 100 mil habitantes foi de 5.8 no na região Sul. É o maior índice do Brasil. No Centro-Oeste, a taxa é 0,9.
“Com a Rede Cegonha e a ampliação do teste rápido, esperamos que haja melhorias”, disse Rodrigo Zilli, do setor de pediatria do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. A Rede Cegonha citada por ele é o programa da presidenta Dilma Rousseff para promover o atendimento integral de saúde para gestantes e crianças.
Segundo Rodrigo, o Ministério da Saúde fornece as diretrizes de como evitar a transmissão vertical do vírus da aids. Essas diretrizes incluem o teste de HIV durante o pré-natal e, caso a gestante se descubra soropositivo, ela deve ser tratada com antirretrovirais ao longo da gestação e receber AZT durante o parto. “A execução desses passos depende muito das gestões locais. Em algumas regiões há muita dificuldade com o pré-natal de qualidade”, disse o integrante do Departamento de Aids.
Rodrigo admite que o exame laboratorial do HIV, que não fornece o diagnóstico na hora, é um complicador. “Em alguns locais o resultado pode demorar em ficar pronto. Estamos trabalhando na ampliação do teste rápido (cujo resultado sai em cerca pronto em cerca de 40 minutos).”
Realidade de São Paulo
Também presente na abertura dos eventos, a coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo, Maria Clara Gianna, afirmou que no Estado os casos de transmissão do vírus da aids de mãe para filho estão relacionados a situações de vulnerabilidade social. Como exemplo, ela citou o caso de mulheres usuárias de crack.
“O desafio é chegar a essas populações, pois elas não vão ao serviço. Precisamos ser criativos no acolhimento e evitar que ocorra gravidez em condições de grande risco de infecção pelo HIV”, afirmou.
O estudo Avaliação da Transmissão Vertical do HIV no Estado de São Paulo, realizado pelo Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo e divulgado em 2010, aponta que, entre as 992 gestantes notificadas com HIV em 2006, a taxa de transmissão vertical do vírus da aids é de 2,7%. A sorologia da criança foi ignorada em 18,8% dos casos.
Embora ao longo dos anos tenha havido importante queda nos casos dessa forma de infecção pelo HIV – baixou de 9,4% em 2000 para 2,7% em 2006 - a coordenadora de Transmissão Vertical de HIV e Sífilis do Programa Estadual, Luiza Matida, avalia que é “lamentável” que eles ainda sejam uma realidade.
Em 2009, o Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo lançou o “Plano de Eliminação da Transmissão Vertical do HIV e da Sífilis”. Entre as propostas constam o aumento na cobertura de testagem para HIV e sífilis no pré-natal; e a ampliação do número de maternidades que efetivamente realizam todas as medidas de profilaxia da transmissão vertical do HIV e sífilis.
“Uma das nossas maiores dificuldades é a prevenção planejada da gravidez em mulheres com HIV. Exige grande investimento”, declarou Luiza.
Desafios
Leia a integra da matéria no site Agência Notícias da AIDS - clicando aqui.
Referência: Texto e Imagem - Site Agência Notícias da AIDS – dia 16nov2011
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Dificuldades locais fazem com que o combate à transmissão vertical do HIV seja um desafio no país
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