Natural de Manaus, José Rayan (foto), 19 anos, se infectou com o HIV via transmissão vertical. Preocupado com a defesa dos direitos das pessoas que também têm esse vírus, ele se tornou representante da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo e Convivendo com HIV e Aids.
Segundo Rayan, as pessoas que têm o vírus da aids desde bebê e, principalmente aquelas que cresceram em casas de apoio, não gostam de dizer que pegaram o vírus da mãe, pois são chamadas discriminatoriamente de “filhos da aids”.
Rayan conta que o preconceito em relação aos infectados via transmissão vertical é quase sempre relacionado aos pais. “Muitas pessoas comentam que os pais puderam escolher usar a camisinha, já nós não tivemos essa opção e somos vistos como coitadinhos”, disse. “E quando as pessoas ficam sabendo que a mãe tinha aids, geralmente associam à prostituição”, acrescentou.
Para ele, a maior dificuldade em ter o vírus desde criança foi entender o que é a aids e se adaptar ao coquetel antirretroviral.
O jovem acredita que a alta taxa de transmissão vertical do HIV na região Norte se deve ao desconhecimento por parte das gestantes. “Muitas mães soropositivas não sabem que é possível ter filhos sem risco de transmissão do vírus. Quando elas descobrem isso, já estão amamentando”, comentou.
Rayan destaca também que na região Norte há carência de centros de saúde, o que faz com que muitos partos sejam feitos em casa por parteiras, correndo mais risco de transmissão.
De 1999 a 2009, a taxa de casos de aids em menores de cinco anos cresceu três vezes no Norte do país. Hoje, a região tem uma média de 4 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, ficando atrás apenas da região Sul com 5.8 casos para o mesmo proporcional de habitantes.
Redação da Agência de Notícias da Aids.
Fonte: Agência AIDS Dia 13/10/2011 – clique aqui
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Infectados pelo HIV via transmissão vertical são chamados de ‘filhos da aids´, conta José Rayan, da Rede Nacional de Jovens com HIV e AIDS
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