Desde o advento da terapia anti-retroviral potente, houve redução comprovada da morbi-mortalidade das pessoas infectadas pelo HIV. No entanto, à medida que aumenta o tempo de utilização dos medicamentos, a fadiga é conseqüência comum e esperada, em decorrência do uso diário, da complexidade dos esquemas, das diferentes restrições e das mudanças sociais e mesmo físicas associadas ao tratamento. É fundamental identificar precocemente e discutir as diversas variáveis associadas à interrupção ou relaxamento na ingestão dos comprimidos para tentar corrigir falhas e evitar a resistência do HIV aos medicamentos.
Já são bem conhecidos os estudos que destacam o papel fundamental da adesão à terapia. Considera-se que a taxa de adesão deve ser superior a 95% para ser possível alcançar sucesso terapêutico, o que significa que o paciente deve, antes de tudo, compreender que sua participação precisa ser ativa, contínua e quase perfeita ao optar pelo início do tratamento.
Os achados do presente estudo indicam um percentual de adesão bem aquém deste valor, pouco menor do que o já encontrado no Estado de São Paulo (conforme citado no artigo), o que mais uma vez é surpreendente e lamentável, já que no Brasil os medicamentos são amplamente e gratuitamente distribuídos.
Como essa população estudada no Rio Grande do Norte era virgem de tratamento anti-retroviral e cerca de 52,4% dos casos já chegaram a um serviço especializado com alguma manifestação ou doença indicativa de imunodeficiência, é muito provável que tanto o diagnóstico como o tratamento tenham sido tardios, o que reforça a importância da ampliação e melhora da assistência que vem sendo oferecida, incluindo mais fácil acesso ao diagnóstico sorológico para assintomáticos e reconhecimento precoce da infecção pelo HIV pelos profissionais de saúde. A confiança depositada no sistema de saúde e na relação com os profissionais de saúde tem sido destacada como um dos pontos fundamentais para atingir as metas.
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Fonte:
http://www.scielo.br/
Revista da Associação Médica Brasileira
Print version ISSN 0104-4230On-line version ISSN 1806-9282
Rev. Assoc. Med. Bras. vol.52 no.2 São Paulo Mar./Apr. 2006
Dra. Márcia Rachi
quarta-feira, 30 de agosto de 2017
Causas relacionadas à interrupção do tratamento anti-retroviral em adultos com Aids
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