segunda-feira, 21 de maio de 2018

"A Aids voltou com tudo, tem tratamento, mas não cura"

Na data em que se comemora a descoberta do vírus, o alerta


São 35 anos de identificação do vírus da AIDS, descoberta que valeu uma disputa entre França e Estados Unidos, os doutores Lug Montagnier e Robert Gallo, anunciando este feito quase que simultaneamente. Mas foi Montagnier quem primeiro isolou o vírus, em 20 de maio de 1983, o que lhe valeu o Prêmio Nobel. Ao receber a honraria, em seu discurso, ele a dividiu com o colega americano. Happy end numa disputa em que o vencedor foi a Humanidade. Ao longo desses anos, o Brasil tem desempenhado papel importante. Entre as primeiras vítimas identificadas com o vírus no mundo, estava o grande decorador italiano radicado no Brasil, Terry Della Stuffa, que foi se tratar nos Estados Unidos, e teve o corpo doado para estudos científicos. As políticas públicas brasileiras nesse campo da AIDS também foram inovadoras, sem precedentes no mundo, e criaram padrões copiados por outros países, envolvendo até quebra de patentes. Temos médicos, que se especializaram no desafio do atendimento aos pacientes, antes mesmo da detecção do vírus, e mantém seus pacientes vivos, sob tratamento, nessas mais de três décadas. Uma que se destaca é a clínica geral, dra. Loreta Burlamaqui, entrevistada de hoje, por João Francisco Werneck.

AIDS: do pânico à superação do preconceito

A AIDS, nessas três décadas e meia, enfrentou de tudo, do preconceito à inevitabilidade da tragédia humana. Comemoramos o aniversário de sua descoberta e sua história de luta contínua em busca de progresso, entre mártires, como Cazuza, e heroínas, como a médica, dra. Loreta Burlamaqui, uma pioneira no tratamento da doença no Brasil, diretora médica da Sociedade Viva Cazuza. Diariamente, ela trata de crianças e adolescentes portadores do vírus HIV. Graças ao seu esforço e, claro, de outros profissionais, a AIDS deixou de ser tabu no Brasil, ganhou tratamento, remédios, e hoje está superado o lado mais cruel do preconceito, que é o abandono, a absoluta falta de empatia para com o ser humano. A brilhante dra. Loreta Burlamaqui nos recebeu em sua casa e falou à Coluna Hildegard Angel, trazendo todo o seu conhecimento e experiência sobre o tema.

Jornal do Brasil: Em 2018, completaremos 35 anos da descoberta da AIDS. É pouco tempo. A AIDS é uma doença recente. Com relação ao tratamento da doença, o que mudou nesse período?

Loreta Burlamaqui: Mudou muita coisa, demais. A começar que no início de tudo não havia remédio. Segunda coisa importantíssima, preconceito. Naquela época o trabalho era monumental. Em 1987, começou a nossa luta junto aos planos de saúde para conseguir tratamento para os pacientes. Tudo começou na Câmara Técnica de AIDS. Leia mais aqui

Fonte: Jornal do Brasil
Coluna: Hildegard Angel – Dia 20/05 às 07h36

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Mãe soropositiva diz que descobriu o ‘amor incondicional’ na gestação


Maria Alice* nasceu com HIV, soube aos 7 anos que era soropositiva e, desde então, luta contra a aids. Sua mãe se infectou ainda nos primeiros anos da epidemia e não imaginava que pudesse ter HIV, fez o pré-natal e, segundo a jovem, não pediram o teste na época. “Eu sempre tive uma saúde frágil, minha mãe também ficava doente com frequência, fui internada inúmeras vezes, desenvolvi um quadro de aids e recebi o meu diagnóstico tardiamente.” Hoje, grávida de sete meses, a jovem está seguindo todas as orientações médicas para que sua filha nasça livre do HIV.

“Vou ao SAE [Serviços de Atendimento Especializado em DST/Aids] pelo menos duas vezes ao mês, estou fazendo vários exames e as minhas células de defesa estão elevadas, carga viral indetectável, não tenho problemas com a adesão ao tratamento, sempre me cuidei.”

Alice disse sua gestação é bem regrada, sem enjoos e desejos. “Estou me alimentando bem, engordei seis quilos e as médicas responsáveis pelo pré-natal disseram que a minha filha está ótima. Elas, a cada consulta, tiram minhas dúvidas sobre ser mãe. Tudo está encaminhando para que o meu parto seja natural. Estou na torcida”, afirmou. Leia mais aqui

(*) Nome fictício

Fonte: Agencia Aids
Talita Martins (talita@agenciaaids.com.br
Data: 13-maio-2018