Infecção e diagnóstico tardios trazem dificultam tratamento e elevam mortalidade em
fenômeno observado tanto na Europa quanto no Brasil
RIO - Diz-se que o tempo e a experiência trazem conhecimento e sabedoria, mas no caso da Aids parece que tanto europeus quanto brasileiros com mais de 50 anos pouco aprenderam sobre prevenção, mesmo tendo vivido o que talvez tenha sido a pior fase da epidemia de HIV, entre as décadas de 1980 e 1990, quando contrair o vírus era praticamente uma “sentença de morte” a curto prazo. Lá e aqui, esta faixa etária responde por uma proporção cada vez maior dos novos casos da doença nos últimos anos, indicam os dados de vigilância.
E o fenômeno ainda tem o agravante de que muitas vezes não só a infecção como o diagnóstico são tardios, o que torna o tratamento menos eficaz e, consequentemente, a mortalidade maior, aponta estudo sobre a incidência do vírus em pessoas com mais de 50 anos na Europa publicado ontem no periódico científico “The Lancet HIV”. Segundos os pesquisadores, em 2015 cerca de 17%, ou um cada seis, dos novos casos da doença diagnosticados nos países da chamada Área Econômica Europeia (EEA, na sigla em inglês) — que inclui os 28 integrantes da União Europeia mais Islândia, Liechtenstein e Noruega — a cada ano são nesta faixa etária.
— Nossos achados sugerem uma nova direção em que a epidemia de HIV está evoluindo — diz Lara Tavoschi, pesquisadora do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças, na Suécia, e líder do estudo. — Isto é potencialmente resultado de uma baixa conscientização sobre o HIV e como ele é transmitido entre as pessoas mais velhas, o que gera noções errôneas sobre a doença e uma subestimação do próprio risco.
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Referencia:
Jornal O Globo / Saúde - 27/09-2017
Cesar Baima